O
problema maior de nosso país é o avanço das despesas públicas de forma geral. Muitos
estados e municípios veem suas despesas crescerem numa proporção maior do que
as receitas. Isto está acontecendo à margem de outros debates sem uma discussão
com a sociedade. Mas no momento em que as finanças dos estados e municípios
começarem a entrar em colapso é justamente a população que sofrerá as
consequências das tentativas de equilibrar essas contas.
Todos
sabem que os salários dos servidores estaduais do Rio de Janeiro, Rio Grande do
Sul, Minas Gerais, Rio Grande do Norte e Mato Grosso estão sendo pagos em
atraso. Em alguns casos o problema é mais grave, pois remontam alguns meses de
atraso. E já começam a ocorrer atrasos no pagamento de salários de servidores
municipais.
Segundo
dados da Secretaria do Tesouro Nacional no ano de 2013 o conjunto dos estados
brasileiros realizaram receitas num montante de R$ 774,2 bilhões e gastaram 41,2%
desta receita com pessoal e encargos sociais. Já em 2016 a receita realizada
alcançou a cifra de R$ 910,0 bilhões e os gastos com pessoal e encargos sociais
subiram para 47,6% das receitas.
A
dificuldade do setor público em aumentar a arrecadação é notória, a população
não suporta mais impostos e taxas. Muita coisa pode ser feita para abrandar
esta situação sem que tenham que onerar, ainda mais, os bolsos dos
contribuintes, o setor público pode: melhorar a eficiência na arrecadação
combatendo a sonegação, reduzir despesas tidas como desnecessárias e aumentar a
produtividade do setor.
Muitos
podem dizer que não há despesas desnecessárias, mas elas existem. Desde simples
gastos com diárias e passagens até as mordomias existentes em muitos palácios e
repartições. Eventos que fogem ao cotidiano da vida normal dos brasileiros e
que deveriam ser evitadas pelos nossos representantes.
Em
três anos o país teve 7 estados com as despesas crescendo numa taxa maior do
que as receitas e, em 2016, 14 deles efetuaram gastos com pessoal e encargos
sociais acima da mediana do país. Até parece que as despesas dos estados estão
crescendo sem que os seus respectivos gestores demonstrem preocupações. Com
efeito, as despesas com investimentos dos estados reduziram 47,0% no período.
Este fato já demonstra a proximidade ou a atual paralisia das ações dos
estados.
Muitos
gestores podem tentar disfarçar os números e utilizar de campanhas
publicitárias para indicar que as finanças de seus respectivos estados estão controladas,
mas a realidade dos números indica exatamente o contrário: há um aumento
desenfreado de despesas que poucos benefícios trazem para a população. Para o
mesmo caminho poderão ir as finanças municipais se os prefeitos não as tratarem
com responsabilidade. E esta responsabilidade é muito mais do que fazer com que
as despesas sejam inferiores ou iguais às receitas, perpassa a este evento
financeiro e deve alcançar os benefícios efetivos que as despesas devem trazer para
os cidadãos.
Chega
de amadorismo na administração pública. Precisamos de qualidade nos gastos e nas
gestões, além de um efetivo controle por parte dos legislativos estaduais e
municipais, coisas que não estamos presenciando. Mas em 2018 e 2020 teremos
novas eleições e deveremos discutir isto com os candidatos e começar a mudar os
atuais políticos que não estão se preocupando adequadamente com todos os seus
eleitores. Mas até isto acontecer, se acontecer, o que nos espera é um ano de
2018 de muitas incertezas.
Infelizmente... nossos gestores na sua grande maioria são pessoas despreparadas para assumirem uma gestão pública..... pensam tão somente na atual administração.... não se preocupam em planejar a administração para as próximas gerações.
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