Na vida em sociedade temos que agir com ética e
respeito. De acordo com os dicionários, ética representa o “conjunto de
princípios, valores e normas morais e de conduta de um indivíduo ou de um grupo
social ou de uma sociedade”. Já respeito significa a atuação do indivíduo com
responsabilidade e dignidade ao se relacionar ou se dirigir a outro indivíduo
ou a um grupo de pessoas ou a uma sociedade.
Infelizmente o que temos presenciado no dia-a-dia é
justamente o oposto. Em se tratando de debates e atuações políticas, as coisas
se agravam. Parece que os significados dessas duas palavras desapareceram já
faz muito tempo. Usam as palavras, mas não praticam seus significados.
Nos últimos meses começamos a presenciar um acaloramento
no debate acerca do funcionalismo público de forma geral. Muitos elegeram os
servidores como foco principal das reformas necessárias para o país e apontam
os gastos com salários e demais benefícios como sendo “privilégios”.
Na outra ponta, os servidores públicos, de forma
organizada ou não, tentam contra argumentar, buscando demonstrar a relevância
de seu trabalho. Além disso, tentam mostrar que não são todos os servidores que
se enquadram nos privilégios indicados nas campanhas que estão circulando na
mídia formal e através das redes sociais.
Diante dessa série de ataques ao funcionalismo
público, o que se verifica, na prática, é que, muitas vezes, para defender suas
ideias, suas carreiras e a manutenção do caráter estatal das áreas em que
atuam, muitos extrapolam os limites da ética e do respeito.
Num ambiente democrático, o que deve prevalecer é a
pluralidade de ideias e opiniões. Entretanto o que acontece é um patrulhamento
ideológico e raivoso por parte de pessoas que querem impor suas ideias e
opiniões, rechaçando por completo qualquer pensamento diverso dos seus.
Pior, presencio, constantemente, pessoas tidas como
inteligentes, que são referência para outras, agindo ao arrepio da lei e de
todas as normas éticas de convivência em sociedade e com total falta de
respeito para com as pessoas. Indivíduos que, para tentar impor suas vontades e
opiniões, extrapolam nas críticas e análises e chegam a referir-se de forma
depreciativa às autoridades e aos atos da administração pública. Presenciei um
servidor público se referindo a um secretário estadual como este sendo
“larápio” durante uma reunião de colegiado superior de uma instituição pública.
A falta de respeito e de ética foi total neste episódio. A esperança é de que
este ato seja punido com o rigor da legislação, uma vez que é permitido e
aceitável que sejam feitas críticas do ponto de vista doutrinário ou da
organização do serviço, mas efetuar acusações de forma leviana e sequer sem
indicar um mínimo de provas concretas não deve ser permitido pela sociedade.
Infelizmente estamos presenciando momentos de extrema
falta de ética e respeito em quase todos os segmentos da sociedade. O debate de
ideias está se limitando a um patrulhamento ideológico, no qual quem está tanto
de um lado quanto do outro quer impor suas vontades e ideias, para manter o
“status quo” existente ou mesmo para conquistar mais benefícios. Outras vezes,
“atropelam” os ritos normais do processo democrático e chegam a impor regras
definidas por minorias, que se encontram fechadas em palacetes acarpetados, sem
ter o conhecimento real do que acontece no meio da sociedade.
O ano de 2018 tende a ser um ano muito difícil do
ponto de vista dos embates entre os diversos grupos sociais. O que esperamos é
que todos reflitam um pouco mais e passem a agir com um mínimo de ética e de
respeito para com os demais membros da sociedade. Pelo menos o mínimo, pois não
estamos tendo nada disto.
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