Nos
últimos dias as redes sociais foram tomadas por debates e discussões acerca do
projeto de reajuste do imposto predial e territorial urbano no município de
Apucarana. Acontece que alguns vereadores e seus apoiadores foram protagonistas
de postagens criticando a proposta de reajuste e se colocando contrários ao
índice de aumento. Este comportamento é natural e deve existir, até porque é
intrínseco ao sistema democrático.
A
polêmica ficou lastreada numa postagem que fazia crítica a pessoas que o autor
alegava que estavam se posicionando contrários ao reajuste. Até aí nenhum
problema, todo cidadão tem o direito de manifestar suas opiniões e isto,
felizmente, faz parte da democracia. Só que a alegação foi de que algumas
pessoas que se posicionavam contrárias eram detentores de cargos comissionados
(CC) e funções de confiança ou gratificada, as conhecidas FG’s.
As
pessoas detentoras de cargos comissionados e as detentoras de funções de
confiança são escolhidas pelo gestor a partir de critérios de confiança e
competência. Com isto, acredita-se que estes escolhidos sejam fieis ao gestor e
ajudem a elaborar e implementar políticas públicas para a sociedade. Desta
forma, é esperado do pessoal que é tido como sendo de confiança do gestor que
façam jus a este rótulo e discutam com seu superior todas as ações e
proposituras.
Neste
sentido é natural e desejável, podendo ser considerado quase que obrigatório,
que os assessores discutam as concordâncias e discordâncias com as ações do seu
chefe, só que no privado. Expor a figura de seu chefe, sendo um assessor de
confiança dele significa que esta pessoa, realmente, não é merecedora de ser de
sua confiança.
Já o
papel dos vereadores que se posicionaram contrário ao projeto deve ser encarado
como natural, uma vez que os mandatos são independentes. É muito comum em alguns
municípios os vereadores que se elegeram tanto pela situação quanto pela
oposição se alinharem com o prefeito e passarem a se caracterizar como
serviçais do executivo, rejeitando todas as prerrogativas de fiscalização do
executivo que são inerentes à sua função.
A
verdade é uma só: os governos municipais, estaduais e o federal estão
promovendo aumento de impostos, criação de taxas e contribuições e buscando de
todas as maneiras possíveis e imagináveis aumentar a arrecadação ou,
simplesmente, manter o nível de receita.
As
despesas estão aumentando e a receita está estagnando, com algumas tendências de
redução, em termos reais. Com isto os gestores devem possuir equipe técnicas
competentes que proponham soluções de gestão. Mas o que vemos, na maioria dos
casos é o desespero dos gestores em conseguir manter as despesas, sem pelo
menos tentar alguns ajustes fiscais para redução delas.
E
uma despesa que deve ser observada pelos gestores e avaliada como uma possível
alternativa de redução são os gastos com cargos comissionados. É muito comum em
algumas cidades e estados, e mesmo na União, existirem comissionados que não
exercem atividades relativas a direção, chefia e assessoramento dos gestores.
Não passam de verdadeiros “mandruvás de coqueiros” que em nada contribuem com a
gestão e custam verdadeiras fortunas para os cofres públicos.
Neste
sentido a sociedade deve cobrar dos gestores a redução de cargos comissionados
e de funções de confiança, principalmente para eliminarem despesas desnecessárias
para os cofres públicos. Lembrando que os exageros na quantidade destes cargos
não se limitam ao executivo, existem “mandruvás de coqueiros”, também nos
legislativos. Isto tem que acabar.
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