Recentemente no programa Fantástico, da Rede Globo, foi
veiculada uma reportagem destacando a ação de pessoas da sociedade que,
cansadas das peripécias de nossos políticos, resolveram “arregaçar as mangas” e
passaram a fiscalizar as ações do setor público, em especial o comportamento de
nossos agentes políticos.
Esta atitude se espalhou pelo país afora e os gastos
públicos passaram a ser minimamente monitorados. Como reação os agentes
políticos, que sempre se acharam entes superiores inquestionáveis, se sentiram
“ofendidos” e muitos passaram a atacar estes fiscais populares, ameaçando e
mesmo os processando judicialmente. É neste momento, em que os políticos são
fiscalizados que eles demonstram a face oculta do autoritarismo e das suas
reais intenções no uso do cargo eletivo.
É muito comum notícias correrem à boca pequena de que
algum político indicou um apaniguado seu para algum cargo público. Pior ainda,
quando o cidadão toma conhecimento que este apaniguado não aparece na
repartição à qual deveria desenvolver suas atividades. Mais dinheiro público
sendo desperdiçado. Só que antes as pessoas ouviam estas notícias, ficavam
indignadas, esbravejavam sentadas no sofá da sala de sua casa e se limitavam a
repassar a notícia, à boca pequena.
Agora as coisas estão mudando e o grande responsável
por isto é o surgimento de organizações não governamentais (ONG’s) que tem como
objetivo desempenhar o controle social através do acompanhamento dos gastos
públicos. Nesta linha surgiram instituições como a Amarribo, Observatório
Social, Contas Abertas, Vigilantes da Gestão, entre outras. Todas com um
objetivo comum: o desejo de que o dinheiro público seja aplicado em benefício
da sociedade e não para atender os interesses de certas pessoas detentoras de
mandatos eletivos e de seus asseclas.
Na verdade a matéria retrata o que a maioria da
população sente: os políticos se utilizam da regulamentação de certos
procedimentos e acabam exagerando nos seus gastos. As chamadas cotas
parlamentares se justificam como sendo necessárias para custear despesas típicas
do exercício do mandato parlamentar. Aí a interpretação passa a ser subjetiva e
eles exageram na gastança em restaurantes, lanchonetes e com despesas de
divulgação da atividade parlamentar.
Oras bolas, a sociedade não pode pagar para que os
nossos políticos divulguem suas ações políticas. Os trabalhadores brasileiros têm
que se sujeitar a um salário mínimo de R$ 937 mensais e ter que pegar um
“busão” lotado todos os dias, e ainda pagar por isto. E os seus representantes,
que estão a serviço destes, “surfando na onda” das mordomias.
Por conta dessas e outras que os agentes políticos e
seus asseclas disseminam o ódio e ataques contra as pessoas que tentam atuar
nessas ONG’s, quando a única coisa que esperamos é a resignação à vontade do
povo. Como exemplos desta gastança têm os gastos com diárias e passagens feitas
pelo setor público. São gastos elevadíssimos, normalmente executados para
reuniões, encontros e treinamentos que pouco benefício irão trazer para a sociedade,
as chamadas reuniões para “dar banho em porcos”.
Soma-se aos gastos com diárias e passagens as despesas
com combustíveis e locação de veículos, além do número elevado de cargos
comissionados no setor público e temos cifras milionárias. A sociedade
brasileira não pode mais tolerar estes gastos, até porque quando falta dinheiro
no setor público a conta sempre será apresentada para o trabalhador
assalariado. Com efeito, uma coisa é certa: temos que ficar de olhos nos gastos
de nossos políticos.
Excelente texto.
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