O tema do emprego e do
desemprego está sempre presente nos discursos da maioria dos agentes políticos.
Desde o presidente da República até os vereadores, estes costumam utilizar a
temática em seus discursos e pronunciamentos. Mas será que eles realmente se
preocupam com isto? Se sim quais são as medidas que tomaram ou que irão tomar para
melhorar o cenário do emprego em sua cidade, estado ou país?
Sendo cético, acredito que
se o desemprego não fosse uma variável econômica que abalasse a popularidade do
presidente da República, muito pouco, ou quase nada, ele faria sobre o assunto.
Da mesma forma governadores e prefeitos. Neste último quase nada de efetivo
vemos sendo concebido em nível de política municipal de geração de emprego e
renda. Até porque poucos instrumentos estão à disposição e ao alcance dos
prefeitos.
Já senadores, deputados e
vereadores, estes sim, utilizam o emprego e desemprego como ferramenta de
discurso somente para angariar a simpatia popular, uma vez que nada podem ou
nada tentam fazem para mudar este cenário.
A economia brasileira está
retomando a geração de empregos. Isto é bom, muito bom. E agora todos os
agentes políticos buscam um “espaço na janela” e tentam deixar a entender que
contribuíram de alguma forma para a melhoria do nível de emprego.
Posicionamentos contraditórios, uma vez que no momento do debate e votação de
medidas para enfrentamento da crise econômica boa parte destes criticavam as
medidas apontadas pelos formuladores de política econômica.
Comemoremos o desempenho
recente da geração de emprego, sim. Mas temos que perguntar: será que estes
políticos sabem quantos postos de trabalho foram fechados nos últimos quatro
anos? Será que sabem quantos jovens conseguiram seu primeiro emprego neste
período? E será que sabem quantos trabalhadores perderam seus empregos e não
conseguiram recolocação no mercado de trabalho no período?
Pois bem, de outubro de 2013
a setembro de 2017 o volume de desempregados aumentou em cerca de 3 milhões de
brasileiros, cerca de 7 milhões de jovens conseguiram seu primeiro emprego e
cerca de 9,8 milhões de trabalhadores brasileiros perderam seus empregos nos
últimos quatro anos e não foram readmitidos, ou
seja, continuam desempregados. E
este cenário se reproduziu nos estados e municípios brasileiros.
A microrregião de Apucarana
aumentou o volume de desempregados em 5,5 mil pessoas nos últimos quatro anos,
12 mil jovens conseguiram seu primeiro emprego e 16,8 mil trabalhadores perderam
seus empregos e não foram recontratados.
Os pensamentos torcidos
devem girar em torno da cabeça de todos os cidadãos, especialmente naqueles que
possuem um mandato eletivo, pois neles recaem as responsabilidades de legislar
e implementar políticas públicas. E cadê as políticas públicas locais para
geração de emprego e renda? Cadê o debate acerca deste problema econômico e
social tão grave que assola nossas famílias?
Infelizmente não vemos
muitos esforços neste sentido. Afinal de contas é mais fácil e cômodo apontar o
dedo e jogar a culpa no governo federal. Será que nada pode ser feito
localmente para mudar esta estrutura? Acredito que sim, por isto temos que
cobrar nossos agentes políticos locais ações e soluções para este problema.
Como na música “Desemprego” da
banda Legião Urbana, não sabemos se todos os trabalhadores tem medo de perder o
emprego, mas sabemos que a renda está diminuindo e que o que os trabalhadores
recebem mal dá para se alimentar. Mas será que nossos políticos tem medo de
debater soluções para o desemprego? Será, que como sempre, teremos uma metade
pelo meio?
0 comentários:
Postar um comentário