Agora temos um presidente
efetivo, não mais interino. E todos estão comemorando como se as soluções para
a crise econômica e política fossem sair da cartola do novo chefe supremo da
nação.
Nem bem tomou posse como
efetivo e o que ele fez? Embarcou para uma viagem de uma semana à China. Viagem
esta que não precisaria da participação do presidente da República, bastando a
presença do Ministro de Relações Exteriores. Viagem desnecessária para Michel
Temer fazer neste momento político tão crítico em que nosso país está passando.
Junto com o impeachment da
Dilma também tivemos notícias sobre o aumento do desemprego e do déficit
fiscal, além da preocupação com a política cambial que pode impedir a retomada
do crescimento. Destes destaco como mais grave o resultado das contas públicas
de julho que apresentou um déficit primário de R$ 18,5 bilhões no mês e um
acumulado em doze meses de R$ 163,3 bilhões. A meta estabelecida para este ano
é de um déficit de R$ 170,5 bilhões.
Se não bastasse estarmos no
“vermelho” há anos, vamos repetir em 2016 e, também, em 2017. De acordo com o
projeto de Lei Orçamentária Anual (LOA) do governo federal, há uma previsão de
déficit primário de R$ 139 bilhões, em 2017. O governo Temer e sua equipe
econômica vêm bradando para os quatro cantos do país que irão propor tetos para
despesas com saúde e educação e promover a reforma da previdência. E ainda
prometem que não irão reduzir políticas sociais e nem aumentar impostos.
Tais medidas não reduzirão o
déficit fiscal. O governo terá dificuldade para aprovar a PEC dos tetos de
despesas e, para lograr êxito, terá que fazer concessões aos deputados e
senadores. Da mesma forma, a reforma da Previdência Social não abrandará as
contas fiscais antes de 30 anos. A equipe econômica de Temer tem que recuperar
o juízo e começar a pensar em alternativas factíveis para o controle das contas
públicas.
Também é pouco provável que
não tenhamos aumento de impostos, pois as certezas que temos são basicamente
três: a morte, que sempre teremos mudanças e que sempre pagaremos impostos. E
no caso brasileiro, sempre pagaremos mais impostos.
O próprio ministro da
Fazenda, Henrique Meirelles declarou que o governo terá que fazer um “esforço
arrecadatório” para poder cumprir a meta fiscal de 2017. Portanto fica claro
que teremos mais impostos pela frente. E não serão somente impostos federais
que irão aumentar. Os estados também deverão impor aumentos de impostos para
equilibrar suas contas e os municípios, após o ano eleitoral, também tratarão
de buscar ajustar as suas contas, pois em 2016 está tendo muita fatura nos
municípios, e todos sabemos que “depois da bonança chegam as tempestades”.
Pois é. Mesmo todos
afirmando que o povo brasileiro não suporta mais pagar impostos seremos
brindados com mais impostos. Isto num período em que os reajustes salariais
estão sendo feitos, na maioria, abaixo da inflação. É uma pena que a população
não consiga se organizar e ter força e energia para mudar esta dura realidade.
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