Segundo projeção do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil possui cerca
de 206 milhões de habitantes. E segundo o mesmo IBGE temos cerca de 11,6
milhões de pessoas desempregadas. Considerando estes dados poderíamos pensar
que a taxa de desemprego é de 5,6%, porém a indicação é de que a taxa de
desocupação chegou a 11,3%.
Se considerar as estatísticas
oficiais de desemprego o Brasil está com a quarta maior taxa de desemprego do
continente americano, ficando à frente somente das Bahamas (15,7%), República
Dominicana (14,0%) e Jamaica (13,3%). Por incrível que pareça estamos com
desemprego maior do que a própria Venezuela, mas não dá para confiar muito nas
estatísticas do governo venezuelano. Se compararmos com países desenvolvidos
selecionados e com os próprios BRICS (denominação dada para o conjunto das
economias do Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) o desemprego aqui somente
não é maior do que o da África do Sul (26,6%), Espanha (20,0%) e Itália
(11,6%).
Segundo as estatísticas
oficiais, é considerado para o cálculo do desemprego as pessoas que não estão
trabalhando e que estão disponíveis para trabalhar e que estão procurando
emprego no momento da pesquisa. Também considera somente a População
Economicamente Ativa (PEA) que, no caso do Brasil, engloba a faixa etária de 15
a 60 anos. Portanto, é por isto que a taxa não é sobre a população total.
É claro que o volume de pessoas
desempregadas é muito maior que 11,6 milhões. Nem todos os desempregados estão
procurando emprego e um dos motivos é o que chamamos de desalento, ou seja, a
pessoa precisa do emprego, mas não está procurando porque ele sabe que não vai
encontrar. Também tem a quantidade de pessoas que não estão trabalhando e nem
procurando emprego porque estão efetuando trabalhos precários, os populares
“bicos”, para conseguir dinheiro para pagar suas contas.
A situação de emprego e
desemprego no Brasil é grave e não há perspectiva de melhora. Pelo menos para
dar conta de empregar metade dos 11,3 milhões de desempregado e chegar próximo
da média da taxa dos países desenvolvidos, que fica abaixo de 6,0%.
Também porque a dinâmica da
economia não é uniforme em todo o território, ou seja, há regiões que pode até
ter mais empregos, mas não tem pessoas em quantidade e qualificação para ocupar
as vagas e há regiões onde tem pessoas desempregadas, mas não tem empresas que
absorvam esta mão-de-obra. Situação antagônica, conflitante.
O que tem que ser feito para
retomar o crescimento e, consequentemente, diminuir o desemprego, é um forte
ajuste na economia que equilibre as contas públicas e traga confiança,
competitividade e produtividade para a economia brasileira. E isto não irá
acontecer no curto prazo. Poderá demorar mais de cinco anos dependendo das
medidas que forem tomadas e se forem tomadas.
O governo federal tentou
sinalizar com medidas efetivas, mas já está fazendo concessões, os estados
estão mais preocupados em equilibrar suas finanças e também nada fazem para
tentar contribuir e os municípios fingem que o problema não é deles. É mais
fácil falar que o problema do desemprego é do governo federal. Só que não.
Este ano temos eleições
municipais e vamos aguardar para ver se o assunto do desemprego surge dentro
das propostas dos candidatos e se eles apresentam ações para ajudar a amenizar
o problema. A esperança é a última que morre.
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