É muito comum presidente da
República, governadores e prefeitos se vangloriarem quando os respectivos
indicadores socioeconômicos são positivos. Por outro lado quando os resultados
são ruins ou eles silenciam ou tentam disfarçar a verdade. Muitas notícias
veicularam nesta semana onde pudemos encontrar um governador, alguns prefeitos
e um presidente de associação comercial e industrial afirmando que o nível de
emprego está positivo, contrariando a tendência nacional.
E o cenário nacional do
emprego não é bom: de janeiro a maio deste ano o desemprego aumentou em 458,5
mil postos. Bem acima do verificado no mesmo período do ano passado quando o
desemprego aumentou em 278,3 mil postos de trabalho.
Não há nada para se comemorar
e não tem o porquê tentar esconder a verdade da sociedade. Nos primeiros cinco
meses do ano passado o Paraná foi o estado da federação que criou mais empregos
líquidos, com a abertura de 22 mil postos de trabalhos. No país, dos 27 estados
e Distrito Federal, somente 8 tiveram geração de emprego positiva: Paraná,
Santa Catarina, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul,
Piauí e Tocantins. Já no mesmo período deste ano foram somente quatro: Goiás,
Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Santa Catarina.
No caso do Paraná foram
9.382 postos de trabalho fechados, ou seja, as demissões superaram as
contratações neste montante. Com efeito houve um aumento do desemprego no
estado. Não bastasse isto o governo do estado comprometeu no primeiro semestre
do ano cerca de R$ 719 milhões com o pagamento de juros e amortizações de
dívidas, além de declarar que não possue dinheiro suficiente para pagar os
reajustes e promoções do funcionalismo. Mesmo assim o governo insiste em tentar
vender a imagem de que o estado é uma “ilha de prosperidade” em meio à crise
que assola o país.
Não é pelo fato de que os
indicadores do estado estão menos ruim do que os dos outros que está bom. A
situação é preocupante e necessita de planejamento, responsabilidade e colaboração
de todos. Não adianta querer “tapar o sol com a peneira”: as coisas estão
difíceis. E com a indicação do governo federal de que para o ano de 2017
teremos outro déficit robusto, na ordem de R$ 143 bilhões, o que podemos
esperar é que a economia não irá crescer e, com isto, não haverá redução do
desemprego.
Qualquer número positivo na
geração de emprego que por ventura esteja ocorrendo em algum município ou
estado não justifica comemoração, pois são muito tímidos frente ao contingente
de desempregados que temos em nosso país e, consequentemente, em todas as
regiões e cidades.
Os ajustes fiscais efetuados
pelo governo do estado do Paraná minimizaram os impactos da crise sobre nosso
estado, entretanto não foi suficiente para dar fôlego para que os investimentos
sejam retomados de forma mais vigorosa, além de nos questionarmos se adianta o
estado investir se o setor produtivo não tem perspectiva de investir. Nesse
caso o público sem o privado não funciona.
A retomada do
crescimento vai demorar e o desemprego vai continuar nos assombrando. De nada
vai adiantar os discursos otimistas, isto não irá levar a lugar nenhum. Aliás,
segundo Paulo Francis “todo otimista é um mal-informado". Diante do quadro atual a responsabilidade com
a coisa pública deve ser muito bem observada pelos agentes políticos e
fiscalizada pela população.
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