A equipe econômica do
governo federal está composta por excelentes profissionais. Entretanto, podemos
entender esses técnicos como sendo a tripulação de uma embarcação que está à
deriva, sem voga e sem direção, mas com uma forte ventania.
Nessa metáfora a voga, que é
o ritmo das remadas, inexiste, o que obriga a se utilizar das “velas” para dar
velocidade à embarcação, que por sua vez representa a economia brasileira. Com
efeito, os fortes ventos, que são as ocorrências do mercado e o comportamento
das variáveis macroeconômicas, imprimem movimentos fortes que podem degradar, ainda
mais, o cenário econômico de curto prazo.
Esta embarcação possui quase
toda a tripulação, mas está faltando o principal posto, o comandante.
Nesta semana a
diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde,
citou o Brasil como um dos países “em território negativo em termos de
crescimento”. Já o presidente do Banco Central do Brasil (BC), Alexandre
Tombini, afirmou que o BC irá manter a atual política monetária num
reconhecimento da escalada da inflação e da depreciação cambial e a presidente
Dilma sancionou mais um aumento, a da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido
(CSLL) de instituições financeiras e está tentando aprovar a volta da CPMF.
Não obstante, os Estados
Unidos, o Japão e mais dez países firmaram o “Tratado Transpacífico” que irá
reduzir as exportações brasileiras em até 2,7%. Como resultado de todos estes
eventos econômicos o desemprego entre jovens brasileiros tenderá a aumentar, as
vendas no varejo devem registrar queda de 7% em 2015 e a dívida bruta do Brasil
deverá aumentar como resultado da atuação do BC para conter o aumento do dólar
e a inadimplência, dentre tantas outras
coisas ruins que continuarão assolando o brasileiro.
Em resumo: a economia não
irá crescer nem este ano e nem nos próximos dois anos, a inflação está acima do
teto da meta e em 2016 estará acima do centro da meta, o câmbio irá se manter
próximo de R$ 4,00, os juros deverão aumentar, o investimento estrangeiro
direto irá reduzir e haverá aumento de desemprego.
Tudo isto porque estamos sem
comandante. Este cenário é perfeitamente reversível, mas com a demora em se
tomar as decisões corretas e necessárias esta reversão ocorrerá somente no
médio prazo, ou seja, daqui a quatro anos ou mais.
Com o desempenho traçado
para nossa economia estamos voltando para as condições existentes no ano de
2011, ou seja, o governo Dilma está
fazendo o Brasil “andar para trás” quando o mundo está crescendo acima de 3% ao
ano e o grupo das economias em desenvolvimento e mercados emergentes cresceu 4,6%
em 2014 e tem projeções de crescimento de 4,2% em 2015 e de 4,7% em 2016.
Portanto a fala do governo de que o mundo está passando por uma forte crise é
falácia.
O Brasil está sendo “um deserto
em pleno mar”. Precisamos de um comandante, urgente, senão nem em 2018 a situação
poderá melhorar.
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