“Nada do que já foi será, de
novo do jeito que já foi um dia”, assim começa a música de Lulu Santos. Para
que isso realmente seja verdade, se é que existe somente uma verdade, temos que
ter um profundo conhecimento dos fatos que aconteceram no passado para poder
promover intervenções no presente com o objetivo de melhorar os resultados no
futuro próximo. Caso contrário as coisas podem ser como já foram um dia.
Na economia temos diversos
exemplos que buscam nos ensinar como não agir. Entretanto nossos gestores
públicos, “ensopados” por ideologias que já se demonstraram ineficientes,
insistem em agir de forma displicente, buscando ouvir somente aqueles que possuem
o mesmo discurso sem se preocupar com o que acontece no país todo e no mundo.
Como a música diz: “não
adianta fugir, nem mentir pra si mesmo agora”. O que o brasileiro está passando
no momento poderia ser facilmente evitado se a política econômica do governo
federal e se as práticas fiscais dos governos estaduais tivessem sido mais
responsáveis no passado recente. O mundo passou por uma forte crise que se
iniciou no final da última década e à luz do conhecimento dos fundamentos e da
história recente da economia brasileira poderíamos ter passado incólumes.
Nos últimos anos o governo
federal insistiu em fazer política fiscal expansiva, ou seja, expandiram os
gastos públicos com o objetivo de promover o crescimento econômico e,
consequentemente, com distribuição de renda melhorar a qualidade de vida do
povo. Não precisa dizer que não deu certo.
A miopia do governo federal
chega a ser infantil. Não enxergaram ou não quiseram enxergar o que estava
acontecendo no mundo e no Brasil. Insistiram na gastança e deu no que deu.
Soma-se a isto o fato de que no ano passado tivemos eleições presidenciais e
para governos estaduais onde quase todos “quiseram mostrar serviço” e também
aumentaram os gastos, temos uma combinação de variáveis econômicas explosivas. Agora
ficam os “escombros” de uma economia mau gerida inspirando cuidados de UTI.
Eis que daí o governo
desenvolvimentista resolve escalar um economista neoliberal para tentar salvar
a economia, Joaquim Levy. Parece que tiveram um momento de lucidez. Só que o
enfrentamento dentro do governo é muito forte. Quando ele indica que o governo
deve cortar despesas outros membros do governo federal não aceitam a proposta e
dizem que é melhor aumentar impostos e manter os gastos. A presidente parece
não querer nem um nem outro. Ou não sabe o que fazer.
Agora o Levy diz que o governo
deve atuar de forma mais próxima à de uma empresa, buscando eficiência e
redução dos gastos públicos. Essa pode ser uma verdadeira blasfêmia para
aqueles que defendem que o governo deve prover tudo que a sociedade necessite.
O que as pessoas tem que compreender é que o governo possui limites fiscais que
são as suas receitas e sua capacidade de endividamento assim como as famílias e,
portanto, devem sim, gerir suas finanças de forma eficiente. A administração
pública pode e deve ser eficiente. Resta saber qual gestor público terá coragem
de fazer as mudanças necessárias.
O mar está revolto, com
ondas gigantescas e nosso barco precisa de um ótimo timoneiro e de um excelente
comandante. Resta saber se estes estão dispostos e disponíveis.
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